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Problemas no freio ABS: saiba como identificar e resolver as falhas mais comuns

Fonte: nakata.com.br

 

 

Desde 2014, os freios ABS são obrigatórios no Brasil. De lá para cá, mais de 13 milhões de veículos equipados com essa tecnologia ganharam as nossas ruas e estradas, ampliando a segurança da frota nacional e reduzindo os acidentes no trânsito.

Esse cenário representa também um aumento na demanda de manutenção para o sistema, exigindo uma maior atenção por parte dos mecânicos. E você, sabe quais são os principais problemas no freio ABS e como solucioná-los?

Continue lendo este post e confira algumas dicas práticas sobre a tecnologia!

As falhas mais frequentes no ABS

A função dos freios ABS (Anti-lock Braking System) é impedir o travamento das rodas durante a frenagem. Dessa forma, permite que o motorista mantenha o carro sob controle em qualquer tipo de piso, além de reduzir o espaço necessário até a parada total.

Como acontece em qualquer outro sistema automotivo, esses componentes estão sujeitos a falhas e devem passar por uma revisão periódica. Os clientes geralmente buscam as oficinas quando o módulo detecta algum problema e acende a luz de alerta no painel.

Uma vantagem é que o ABS é um recurso adicional de segurança. Mesmo quando está com algum problema, os freios continuam funcionando, apenas sem o recurso antitravamento. Então, dica para você dar a seu cliente: não há motivo para pânico, mas o reparo deve ser feito o quanto antes.

Veja agora quais são os problemas mais encontrados!

1. Barulhos na frenagem

Quando estão em perfeitas condições de funcionamento, os freios ABS causam apenas aquele ruído tradicional de destravamento da roda em freadas mais agressivas,  mas se um cliente procura os seus serviços relatando barulhos ao acionar os freios, é muito provável que todo o sistema precise passar por uma verificação.

Muitas vezes, o problema pode ser simplesmente o desgaste das pastilhas. Essa situação pode ser facilmente identificada pelo ruído metálico característico do contato direto entre as pastilhas desgastadas e os discos de freio.

Se esse for o caso, basta trocar os componentes. Lembre-se também de avaliar com atenção as condições dos discos, para determinar a necessidade de substituição ou passe, desde que a peça siga dentro das medidas indicadas pelo fabricante.

Os veículos com ABS exigem dois cuidados extras nas trocas das pastilhas. Primeiro, é preciso abrir os sangradores das pinças antes de recolher os êmbolos. Em alguns modelos, também é preciso usar um scanner para retornar os fusos internos.

2. Trepidações ao frear

Também são comuns as situações em que o pedal treme quando o freio é acionado. Isso pode acontecer devido ao empenamento do disco, que nunca deve ser maior do que 0,1 milímetro. Quando esse limite é extrapolado, todo o sistema fica prejudicado.

Além dos discos, os cubos das rodas também podem ser os responsáveis pelas trepidações. Empenos maiores do que 0,04 milímetro podem ser suficientes para causar alterações no comportamento do veículo, principalmente durante as frenagens.

Para realizar essa avaliação, é preciso contar com um relógio comparador calibrado e sua base magnética. Na montagem, o equipamento deve ficar perpendicular com a superfície do disco ou cubo. Faça a verificação em todas as rodas que usam esse sistema.

3. Problemas eletroeletrônicos

Como os freios ABS são alimentados pelo sistema elétrico do veículo e muitos componentes ficam bastante expostos, é comum surgirem problemas nos contatos, cabos ou interferências eletromagnéticas. Comece fazendo uma inspeção visual detalhada.

Se o defeito não estiver evidente, será preciso usar o scanner. Os equipamentos de qualidade fazem uma checagem precisa de todo o sistema e indicam o ponto exato da falha. Com a frota atual, é praticamente impossível trabalhar sem essa ajuda eletrônica.

4. Defeitos nos sensores

Para identificar as condições do veículo em tempo real e atuar de uma forma precisa e segura, o ABS necessita das informações corretas dos seus sensores. Instalados próximos às rodas, eles analisam a velocidade e a possibilidade de travamento.

Quando os sensores estão com problemas, a central eletrônica não consegue mandar os comandos corretos para o módulo hidráulico, comprometendo todo o sistema. Trepidações e sujeira em excesso são dois problemas que reduzem a vida útil dessas peças.

5. Acúmulos de resíduos

Nem todos os problemas envolvendo os freios ABS necessitam da troca de componentes para serem solucionados. Muitas vezes uma falha é causada apenas pelo acúmulo de resíduos, que pode acabar prejudicando todo o funcionamento do conjunto.

Essa situação pode ocorrer devido às chuvas, aos terrenos por onde o veículo trafega e até pela falta de acionamento do sistema durante um longo período. Se notar esse problema, faça uma limpeza cuidadosa nos sensores, rodas fônicas e válvulas solenoides.

6. A escolha das peças

A manutenção dos freios ABS deve ser feita com muita atenção pelo mecânico. Além de envolver a segurança, como a tecnologia é complexa, usar peças de qualidade é o primeiro passo para que o conserto fique sempre perfeito.

Durante a instalação dos componentes novos, confira também se a distância entre os sensores e as rodas fônicas está correta, de acordo com o manual de oficina do modelo que está sendo reparado. Com as informações certas, tudo fica mais fácil!

Ampliando o diagnóstico do sistema de freios

Se os procedimentos tradicionais de diagnóstico não forem suficientes para descobrir os problemas no freio ABS, é preciso procurar outras maneiras de descobrir quais são os defeitos apresentados. O ideal é realizar um teste de rodagem com o veículo, para que seja possível fazer uma avaliação mais aprofundada.

Enquanto o veículo roda, fica mais fácil identificar a presença de vários comportamentos anormais que podem indicar problemas no sistema de freios, como ruídos e trepidações. Também é possível avaliar a eficiência da frenagem e verificar se aparece algum alerta no painel, inclusive aqueles que “acendem e apagam”.

Outra vantagem desse tipo de teste é a possibilidade de notar outros problemas que podem influir no diagnóstico, como falhas no sistema de direção, suspensão, transmissão, entre outros. Assim, você realiza uma avaliação completa de todos os componentes que garantem o bom funcionamento e a segurança do veículo.

E quer uma dica? Nós também escrevemos um post bem completo sobre o sistema de freios para o dono do carro aprender a identificar os sintomas e entender a importância de manter esse sistema em boas condições. Que tal mostrar para seus clientes? Veja aqui.

E para saber mais sobre problemas no sistema de freio veja esse vídeo que preparamos para você:

 

 

 

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Paulo Costa
Paulo Henrique de Lima Costa, 51 anos, é reparador automotivo há 27 anos, dos quais 22 como instrutor automotivo. Foi proprietário de oficina mecânica entre os anos de 2002 e 2013. Como instrutor, ministrou treinamentos no Senai/Ctgás em Natal/RN, formou turmas próprias e trabalhou por 4 anos no Centec Cursos. Há 5 anos desenvolve a Carro & Técnica Treinamentos Automotivos, onde oferece treinamentos desde o básico (Curso IDEA) ao avançado (Diagnóstico da Rede de Comunicação, Diagnóstico com Transdutores, Osciloscópio Automotivo, etc) nas versões presencial e EAD/On Line.
http://www.carroetecnica.com.br

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