por paulo costa
Olá! Nessa primeira parte abordaremos a função do catalisador, seu princípio básico de funcionamento e, por fim, alguns tópicos que são baseados em mitos e perguntas frequentes.
Na parte II abordaremos dicas de manutenção e dicas técnicas.
O Conversor Catalítico (ou Catalisador* como é mais conhecido), tem a função de reduzir as emissões evaporativas geradas por veículos automotores e está instalado no sistema de exaustão dos gases de escape.
Este componente está presente nos carros brasileiros equipados com motores ciclo Otto (ignição por centelha) movidos a gasolina desde o início dos anos 1990 (sendo item obrigatório de série a partir de 1997) e posteriormente nos veículos com motores flex (a partir de 2003). Mais recentemente, veículos com motores Diesel passaram também a utilizar catalisador.
Sua função é acelerar o processo de transformação dos elementos nocivos a saúde dos seres vivos e ao meio ambiente presentes nos gases de descarga. Esse processo aconteceria na própria atmosfera naturalmente, porém de forma muito lenta e no decorrer do mesmo, afetaria a saúde humana e o meio ambiente.
Funcionamento
Para cumprir seu papel, o catalisador é composto de uma cerâmica em forma de colmeia onde estão inseridos metais nobres e de alto custo como Platina (Pt), Paládio(Pd) e Rodio(Rh).
Os metais nobres reagem com elementos como Hidrocarbonetos(Hc), Monóxido de Carbono(Co) e Óxidos de Nitrogênio(NOx), presentes nos gases de descarga, transformando os mesmos em vapor de água(H2O), Nitrogênio(N2) e Dióxido de Carbono(CO2).
Apesar de estar a quase 30 anos presente nos veículos brasileiros de passeio e comerciais leves, ainda existem muitas dúvidas e mitos a respeito dos Conversores Catalíticos.
Neste artigo pretendemos dar a nossa contribuição para ajudar em uma melhor compreensão do funcionamento do Catalisador*(em uma linguagem acessível a todos) e o faremos tendo como base as perguntas que recebemos de clientes e alunos ao longo de quase duas décadas e meia dedicadas a área de manutenção automotiva, e também nos mitos que surgiram ao longo desses anos, como já citado.
Mau cheiro de Catalisador
O Catalisador em sí não tem mau cheiro. Se há detecção de odor desagradável pelo escapamento, a causa não é o Catalisador. O veículo deverá passar por uma revisão no sistema de Injeção e/ou Ignição Eletrônica, pois, a causa do inconveniente é o combustível não queimado no momento da combustão e que é enviado ao escapamento, ao atingir o Catalisador, faz o mesmo entrar em combustão causando o mau cheiro. Quando esse problema ocorre, o catalisador poderá ficar inutilizado definitivamente.
Catalisador gera perda de potência
Todos os testes do motor, quando em desenvolvimento, são realizados com o catalisador presente. A contrapressão no sistema de escapamento, a qual auxilia no enchimento do cilindro no processo de admissão da mistura ar combustível é calculada com a presença do catalisador, por tanto, a sua retirada, de fato, baixará o rendimento ótimo do motor em todos os regimes. Caso haja influência do Catalisador no desempenho do veículo é pelo fato do mesmo estar com problema de obstrução parcial.
Catalisador aumenta o consumo
Assim como a perda de potência, o aumento de consumo causado pelo catalisador só ocorrerá se o mesmo estiver parcialmente obstruído.
Catalisador é tudo igual
O Catalisadores são desenvolvidos de acordo com a motorização a qual o mesmo será empregado. Em caso de instalação de um catalisador genérico, deverá ser verificada a aplicação de acordo com o manual do fabricante do mesmo.
Vida útil do Catalisador
A vida útil do Catalisador está diretamente ligada as condições de manutenção do sistema de Injeção/Ignição Eletrônica, assim como do motor. Existe uma estimativa que a sua vida útil seja em torno de 80.000 quilômetros, porém, essa estimativa poderá diminuir ou aumentar de acordo com a quantidade e a qualidade das manutenções.
Catalisador mais barato
Existem Catalisadores com preços mais baixos, pois, a “carga” de metais nobres também é menor, o que acarreta também em uma vida útil inferior.
Os catalisadores atuais tem vida útil menor
O Catalisadores continuam com a mesma perspectiva de vida útil, porém, o que ocorre é que a partir de 2009, atendendo a padrão OBD Br2** os automóveis passaram a contar com um sensor de oxigênio/sonda lambda após o Catalisador*. Essa segunda sonda, permite que a UCM (Unidade de Controle do Motor) monitore a eficiência do catalisador e assim consiga identificar anormalidades e/ou inoperância do mesmo, e com isso avisar ao condutor através da lâmpada de anomalias a existência de problemas, o que não era possível antes da norma entrar em vigor.
Veja aqui a parte 2
*Acelerador de reações químicas
** OBD Br2 -On Board Diagnostics Brasil fase 2
Excelente aula sobre Catalisadores! Esclareceu todas dúvidas à respeito!
Fico feliz Klyber! Temos um treinamento que aborda o diagnóstico avançado. Veja no link https://bit.ly/3sq5JAO. Abraço!