por Paulo Costa
O que é OBD II – On Board Diagnostics
Digite OBD2 no Google e na primeira página, que e a de destaque, você constatará que a maior parte dos links serão sobre Readers (Leitores). Estes são mini scanners, que ao serem acoplados ao DLC/Data Link Conector, em conjunto com um aplicativo de celular, dará ao usuário acesso (via celular) a alguns parâmetros do motor e a memória de avarias na UCM (Unidade de Controle do Motor), onde ficam gravadas as falhas presentes no sistema. Esses dispositivos tem capacidade limitada de transferir as informações presentes na UCM, porém, estão sendo comercializados como scanners profissionais por alguns, que apelam para o lado econômico ao informar aos proprietários de veículos que adquirindo estes dispositivos, não irão mais precisar pagar “um absurdo” ao técnico automotivo para este “apenas passar o Scanner e dizer qual é a falha”, expressões que menosprezam a imagem e o trabalho do Técnico Automotivo.
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Esses dispositivos conseguem acessar apenas alguns parâmetros do motor e códigos de falhas conhecidos como Parâmetros Modo Genérico OBD2. Esses parâmetros e códigos genércos são determinados pelo Padrão OBD para todas as marcas de veículos, o que para os profissionais e técnicos da área automotiva não são suficientes, uma vez que as informações tecnicamente mais apuradas estão nos parâmetros e códigos específicos dos fabricantes, ou Códigos e Parâmetros Proprietários, como são conhecidos.
Os Readers também não contemplam as opções; Teste de Atuadores, Modo Ajustes (Regulagens) e também outros importantes parâmetros que informam o comportamento dos sensores e atuadores ao longo do tempo disponíveis nas Unidades de Comando do Motor, portanto, são dispositivos muito simples e pobres em informação e recursos, e, de fato, não servem para a utilização profissional por não possuírem as capacidade de transmitir todas as informações presentes na Unidade de Comando do Motor e disponibilizar os recursos necessários de atuação e ajustes, que só um scanner automotivo profissional possui. Por outro lado é útil é interessante para os proprietários que gostam de acompanhar “mais de perto” seu veículo, dando a oportunidade de visualizar em tempo real algumas condições de funcionamento do motor.
OBD II
Afinal, o que é OBD II? Certamente não é um conector ou um programa de leitura de parâmetros básicos do motor. Voltando um pouco aos anos 1980, com a popularização do gerenciamento eletrônico digital do motor (Injeção Eletrônica) e a necessidade de um maior controle das emissões de gases poluentes emitidos por veículos automotores, foi criado o OBD (On Board Diagnostics). Desenvolvido e lançado inicialmente no estado da Califórnia/EUA com a denominação OBD I (On Board Diagnostics Fase I), o padrão determinava que os fabricantes criassem um sistema capaz de diagnosticar e identificar falhas relacionadas aos componentes do sistema de gerenciamento do motor (que consequentemente iriam aumentar as emissões de poluentes), com o objetivo de auxiliar o trabalho dos técnicos automotivos nos processos de diagnósticos dos sistemas e seus componentes, e que tivesse os seguintes requisitos:
- Sinalizar ao condutor a presença de uma falha. Uma lâmpada deveria acender no painel, indicando anomalia no sistema.
- Armazenamento falha ocorrida em uma memória específica, com um código numérico e descrição/legenda.
- Conector de diagnóstico, para aquisição das falhas armazenadas via scanner ou código de piscadas, com localização definida pelo fabricante do veículo.
O sistema também deveria ser capaz de informar se o circuito do componente com avaria estaria sem sinal, em circuito aberto ou curto circuito com a massa.
Mesmo sendo um grande avanço para promover um diagnóstico mais rápido, auxiliando na reparação, e assim, reestabelecendo o sistema de gerenciamento do motor ao seu funcionamento ótimo, no OBD I não existia uma uniformidade com relação a esses processos, localização de componentes, codificação, nomenclaturas, etc. Cada fabricante tinha as suas determinações quanto ao modo de se obter os códigos de falhas, padronização desses códigos, localização e modelo do conector de diagnósticos, processos e abrangência de diagnósticos das UCMs com relação aos diversos sistemas e subsistemas gerenciados por estas.
Com cada fabricante tendo as suas próprias regras, as dificuldades para o diagnóstico das falhas pelos reparadores passaram a ser outras, uma vez que exigia dos mesmos, conhecimentos muito específicos de cada sistema e scanners dedicados, coisa que ainda existe hoje em dia, porém em uma escala menor embora a quantidade de sistemas de gerenciamento aumente a cada dia.
Essa falta de padronização e a necessidade de criar sistemas de diagnósticos mais apurados e que mantivesse níveis mínimos de emissões de poluentes, estimulou a legislação americana estabelecer requisitos para uma nova fase do Padrão OBD. Assim nascia em 1988 o OBD II (On Board Diagnostics Fase II).
Parte II: O Padrão OBD II