Técnica

Estudo de Caso: Sensor MAP

por paulo costa

 

Sintoma: Dificuldade de Partida, Consumo Alto e Perda de Potência

Veículo: Palio weekend 1.6 16V

Sistema de Injeção Eletrônica: Magneti Marelli IAW 49F

Observação: O veículo já estava a mais de 30 dias com um reparador que já havia substituído a Unidade de Controle do Motor.

 

Histórico

O proprietário nos relatou que já havia passado por algumas reparadoras e na última, o veículo já estava a mais de 30 dias sem sucesso. Dificuldade de partida, perda de potência, engasgos e consumo alto, eram os problemas apresentados pelo veículo.

Diagnóstico

Ao conduzir (com muita dificuldade) o veículo até a oficina, pude conferir os problemas reclamados pelo proprietário. Ao chegar na oficina, conferi a memória e havia falha indicando que a mistura estava rica, o que já havia sido verificado pela fuligem que saia pelo escapamento. Ao ler os parâmetros com o motor ainda desligado, pude perceber que a leitura do sensor de pressão absoluta/MAP estava em 385 mm/hg*, quando era pra estar em 760 mm/hg.

 

Fizemos a verificação da alimentação elétrica do sensor (que deve ser de 5 volts) e estava em conformidade. Após testar o sinal de retorno (também com o motor desligado) o valor encontrado estava em torno e 1,2 volts (quando deveria estar aproximadamente em 4,5 volts), ou seja, coerente com o valor de pressão lido via scanner. Após essas avaliações, substituí o sensor MAP, as leituras ficaram em conformidade e os veículo voltou ao seu funcionamento normal.

Comentário

O sensor MAP tem a importante função de informar a quantidade de ar que está sendo admitida pelo motor através da variação de pressão no coletor de admissão e também a pressão atmosférica em que o veículo está trabalhando, para que a UCM possa adequar os mapas de injeção e ignição.

 

No caso relatado, ao entrar em atividade a UCM estava lendo uma pressão de 385 mm/hg o que indicava erroneamente que o veículo estava em uma região acima do nível do mar. Para grandes altitudes, o tempo de injeção deve ser menor, uma vez que nessas condições de altitude a quantidade de oxigênio no ar atmosférico também é menor. Como de fato o veículo estava trabalhando em um local a nível do mar (760 mm/hg), a UCM estava trabalhando com os mapas de injeção e ignição inadequados.

 

Dica

Em veículos que utilizam o sensor MAP como medidor de carga, devemos sempre fazer a leitura com o motor parado para conferir se a leitura da pressão atmosférica está correta, pois, com o motor em funcionamento a informação do MAP pode não apresentar anormalidades (o que estava acontecendo nesse caso), por isso os colegas que examinaram o veículos antes não acharam a causa do problema.

Espero que essa experiencia seja útil e possa lhe ajudar no dia-a-dia da reparação automotiva.

Sucesso sempre!

 

 

*Milímetros de Mercúrio

Ps.: Em alguns casos que chegaram até nós, o motor não entrava em funcionamento devido o tempo de injeção/TI ficar muito baixo.

 

 

Comentários

Paulo Costa
Paulo Henrique de Lima Costa, 51 anos, é reparador automotivo há 27 anos, dos quais 22 como instrutor automotivo. Foi proprietário de oficina mecânica entre os anos de 2002 e 2013. Como instrutor, ministrou treinamentos no Senai/Ctgás em Natal/RN, formou turmas próprias e trabalhou por 4 anos no Centec Cursos. Há 5 anos desenvolve a Carro & Técnica Treinamentos Automotivos, onde oferece treinamentos desde o básico (Curso IDEA) ao avançado (Diagnóstico da Rede de Comunicação, Diagnóstico com Transdutores, Osciloscópio Automotivo, etc) nas versões presencial e EAD/On Line.
http://www.carroetecnica.com.br

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