Técnica

Como a UCM Monitora o Funcionamento da Válvula CANP?

Por Paulo Costa

 

Veículo: VW FOX

Ano: 2015

DTC: P0441 (Fluxo Incorreto do Sistema de Controle de Emissões EVAP)

Fonte: Caso ocorrido no Centro Automotivo Multcar (Natal/RN)

 

 

 

O Sistema de Controle de Emissões Evaporativas/EVAP é um subsistema do sistema de Injeção Eletrônica, e é responsável por gerenciar a purga dos gases formados no tanque de combustível pela temperatura ambiente e pelo funcionamento da bomba de combustível.

 

 

Com o motor em temperatura operacional, o sistema EVAP libera a passagem dos gases do tanque para o coletor de admissão e estes são admitidos pelo motor. Na maior parte dos sistemas, essa purga se dá em Cargas Parciais, porém, em alguns casos pode ser já no regime de Marcha Lenta.

No passado, Sistemas EVAP de veículos Carburados e alguns Injetados (como a família Monza/Kadet) não funcionavam sob o gerenciamento da UCE de Injeção Eletrônica, isso só veio a acontecer em anos seguintes quando a UCE de injeção adquiriu novas funções e foi elevada a categoria Unidade de Comando do Motor/UCM.

 

Contro de purga pela depressão no coletor.Imagem de agcoauto.com

O gerenciamento do fluxo dos gases é realizado através da Válvula CANP (Canister Purge Solenoid) ou Eletroválvula de Purga do Canister (como também é conhecida) que é comanda por pulsos de largura variável, também conhecido por Pulsos PWM.

 

Controle por válvula CANP. Imagem de agcoauto.com

Sistemas EVAP modernos são compostos de sistemas de monitoramento que tem a função de avaliar se o mesmo está operando satisfatoriamente e cumprindo a sua função de evitar a poluição gerada por Emissões Evaporativas.

Testes Realizados

No veículo em questão, mesmo o DTC apontando para um problema de Fluxo de Gases, verificamos a alimentação positiva (tensão de bateria) e o sinal de controle (através do Teste de Atuadores via Scanner) da vávula CANP proveniente da UCM e ambos estavam em condições ideais. Logo se constatou que era um problema mecânico da Válvula CANP, que não estava abrindo.

 

A CANP recebe alimentação de bateria pelo Fusível 45, que por sua vez é alimentado pelo Rele Principal. O Sinal PWM de controle é enviado pela UCM pelo pino 111, como podemos ver no Diagweb da Ciclo Engenharia.

 

Como a UCM identifica o problema de fluxo, sem sensor de fluxo?

Baseada na informação da sonda lambda e no STFT/Ajuste de Curto Prazo, pois, quando a UCM envia os pulsos PWM para Válvula CANP e a mesma abre, os gases que são admitidos pelo motor alteram a mistura A/F. O Sensor de Oxigênio/Sonda Lambda modificará o seu sinal e isso exigirá que o STFT faça as devidas correções.

 

Ajuste de Curto Prazo/STFT (Short Term Fuel Trim) é utilizado para monitorar a Válvula CANP.

 

 

Caso não haja alteração no sinal do Sensor de oxigênio após o sinal ser enviado a Válvula CANP, é identificada a falta de fluxo dos gases.

Nesse caso em questão não havia alteração da mistura para rica como deve haver quando a CANP abre, porém, esteja atento, pois o mesmo DTC pode ser gravado caso a CANP permaneça aberta, provocando assim uma mistura rica constante e um ajuste STFT negativo.

É importante que o reparador automotivo tenha o conhecimento das estratégias de monitoramento dos sistemas para que seja facilitado o diagnóstico e o entendimento do mesmo seja completo.

Sucesso!

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Paulo Costa
Paulo Henrique de Lima Costa, 51 anos, é reparador automotivo há 27 anos, dos quais 22 como instrutor automotivo. Foi proprietário de oficina mecânica entre os anos de 2002 e 2013. Como instrutor, ministrou treinamentos no Senai/Ctgás em Natal/RN, formou turmas próprias e trabalhou por 4 anos no Centec Cursos. Há 5 anos desenvolve a Carro & Técnica Treinamentos Automotivos, onde oferece treinamentos desde o básico (Curso IDEA) ao avançado (Diagnóstico da Rede de Comunicação, Diagnóstico com Transdutores, Osciloscópio Automotivo, etc) nas versões presencial e EAD/On Line.
http://www.carroetecnica.com.br

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