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Solução Arrefecedora ou Água do Radiador – Final

Por Paulo Costa*

 

No circuito hidráulico do sistema de arrefecimento de um motor, boa parte da solução irá circular pelos dutos do motor nas partes de força e cabeçote, os quais são feitos de materiais metálicos diferentes ou ligas de materiais diferentes, que por sua vez tem diferenças de potenciais elétricos, e é ai que entra a necessidade de uma solução que dificulte essa troca elétrica ou oxirredução (ganha e perda de elétrons pelos átomos), popularmente conhecida com ferrugem.

Além de retardar a corrosão do sistema de arrefecimento, a solução arrefecedora também tem a função de evitar a cavitação (que acontece sobretudo na região da bomba d’água), aumentar o ponto de ebulição e diminuir o ponto de congelamento da solução, pois, o líquido de arrefecimento com uma proporção de até 50% de aditivo, terá seu ponto de ebulição acima de 150° C e seu ponto de congelamento abaixo de -30° C. Outro ponto importante de uma boa solução arrefecedora (aditivo + água destilada/deionizada) é a de um índice de PH neutro (em torno de 7), o que auxilia ainda mais na proteção dos componentes do sistema de arrefecimento e também evita a corrosão.

 

Solução arrefecedora na proporção e nível adequado

 

Solução Arrefecedora

O liquido de arrefecimento ou solução arrefecedora ideal, que irá proporcionar os requisitos acima citados será a combinação de um aditivo para arrefecimento que contenha os elementos para tal (evitar corrosão, aumentar o ponto de ebulição, diminuir o ponto de congelamento, evitar a cavitação e a formação de espuma), associado a água estéril (deionizada, desmineralizada, destilada), proporção está que irá variar entre 30 e 50% de aditivo no total da capacidade do sistema (ex.: Em um sistema com  capacidade total de 10 litros, 5 litros serão de aditivo e 5 litros serão de água, em uma proporção de 50/50%).

 

Água de Chuva, Mineral e de Ar Condicionado

Muitos perguntam sobre a utilização dessas águas no sistema de arrefecimento. Estas não devem ser utilizadas, uma vez que não são águas puras e livres de contaminações da atmosfera ou mesmo dos compostos minerais presentes e que são danosos ao sistema.

 

Água de chuva possue contaminantes e elementos que não devem estar no líquido de arrefecimento

 

Aditivo Orgânico e Inorgânicos

Ainda nos anos 1990 os aditivos a base de Etileno Glicol (Inorgânico) começaram a ser substituídos por aditivos orgânicos a base de Mono Etileno Glicol ou Mono Propileno Glicol, pois estes últimos tem uma maior vida útil (por isso também chamados de Long Life) e não agridem o meio ambiente quando descartados, trazendo a este um apelo ecológico.

 

Cores

As cores dos aditivos servem pra diferencia-los comercialmente. Os verdes ou azuis são a base de etileno, os rosas Mono Etileno e os amarelos Mono Propileno, porém já a alguns anos de nada adianta os consumidores se orientarem pela cor, pois em alguns casos estarão comprando agua com corante. O consumidor deve conferir na bula do produto a sua composição, se o produto segue as normas ABNT NBR 13705 (para inorgânicos) e  ABNT NBR 15297 (para os orgânicos), assim como certificar-se da existência de certificação do produto pelo IQA (Instituto de Qualidade Automotiva).

 

A bula deve conter a formulação do produto e se o mesmo está conforme com as normas.

 

Tabela com marcas aprovadas pela IQA, seguindo a norma ABNT para o tema.

 

Conclusão

Podemos concluir que uma solução arrefecedora/líquido de arrefecimento de qualidade, assim como o processo de substituição do mesmo da forma técnica correta é de suma importância, pois, um sistema de arrefecimento com bom desempenho, além de proteger o motor e seus componentes contra corrosão, ainda auxilia na qualidade na vida útil do óleo lubrificante, contribui para um bom desempenho do motor e ainda uma diminuição no consumo de combustível.

 

Espero ter contribuído para o seu melhor entendimento da importância da solução arrefecedora, e se você gostou, compartilhe para ajudar a mais pessoas.

 

Sucesso sempre!

 

*Paulo Costa, 46 é Mecânico e Instrutor Automotivo

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Paulo Costa
Paulo Henrique de Lima Costa, 51 anos, é reparador automotivo há 27 anos, dos quais 22 como instrutor automotivo. Foi proprietário de oficina mecânica entre os anos de 2002 e 2013. Como instrutor, ministrou treinamentos no Senai/Ctgás em Natal/RN, formou turmas próprias e trabalhou por 4 anos no Centec Cursos. Há 5 anos desenvolve a Carro & Técnica Treinamentos Automotivos, onde oferece treinamentos desde o básico (Curso IDEA) ao avançado (Diagnóstico da Rede de Comunicação, Diagnóstico com Transdutores, Osciloscópio Automotivo, etc) nas versões presencial e EAD/On Line.
http://www.carroetecnica.com.br

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