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Solução Arrefecedora ou Água do Radiador?

Por Paulo Costa

São muito comuns dúvidas sobre a solução arrefecedora (água estéril + aditivo). Para que serve, qual a proporção, como completar, se deve colocar água mineral ou de chuva… Enfim, as dúvidas são tantas quantos os mitos e inverdades existentes. Vamos ajudar a esclarecer algumas delas nesse post, para que você possa evitar a deterioração prematura desse importantíssimo sistema do motor.

 

Sistema de Arrefecimento

Arrefecer significa esfriar, porém, o sistema de arrefecimento dos motores não tem a função de esfriar o motor, mas sim, fazê-lo chegar o mais rápido possível em sua temperatura ideal de funcionamento e mantê-lo dentro dela, para que a energia gerada pela combustão possa ter seu melhor aproveitamento. Motores modernos incluem uma galeria de circulação do líquido de arrefecimento pelo coletor de escapamento (ponto mais quente do motor), com o objetivo de auxiliar o aquecimento do mesmo. Além disso, um motor trabalhando em temperatura baixa, aumenta o atrito entre as peças móveis ajudando no processo de desgaste.

 

Circuito de circulação da solução arrefecedora. Fonte da ilustração site autorepair.ae

 

Cabeçote do VW Up com circulação da solução arrefecedora pelo coletor de escape. Fonte da ilustração site oficinabrasil.com.br

 

Injeção Eletrônica

Um sensor que é essencial para o cálculo da quantidade de combustível que será injetada no motor (tempo de injeção/TI), é o sensor de temperatura da água. Quanto mais frio o motor estiver, necessitará de uma quantidade maior de combustível para funcionar adequadamente e para poder fazer os cálculos necessários do tempo ótimo de injeção, a UCE (unidade de comando Eletrônico utilizará o ECT (Engine Coolant Temperature) para realizar esses cálculos, logo, um motor que não atinja a sua temperatura ideal de funcionamento rapidamente, terá um consumo maior de combustível, por isso, alterações indevidas no sistema de arrefecimento para abaixar a temperatura do motor, aumentará o consumo de combustível, emissões de poluentes, assim como o atrito, que provocará desgaste prematuro do motor.

 

Sensor de temperatura do motor (ECT), normalmente localizado no cabeçote. Fonte da ilustração repairpal.com

 

Processo corrosivo

O processo corrosivo ocorre devido as característica dos metais que compõem o cabeçote (liga de alumínio) e o bloco do motor (ferro fundido). Esses metais tem diferenças de potenciais elétricos e isso é o que promove a migração dos elétrons do material de maior potencial para o de menor potencial causando o processo corrosivo, tecnicamente chamado de corrosão galvânica. Porém, o processo corrosivo só irá ocorrer se houver um meio para isso e é ai onde entra a qualidade do líquido presente no sistema de arrefecimento, pois este irá funcionar como eletrólito (substância condutora de eletricidade) e dependendo das suas características, poderá acelerar o processo corrosivo ou retardar este.

 

Corrosão próxima as câmaras de combustão do cabeçote.

 

Parte 2 – A Solução Arrefecedora

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Paulo Costa
Paulo Henrique de Lima Costa, 51 anos, é reparador automotivo há 27 anos, dos quais 22 como instrutor automotivo. Foi proprietário de oficina mecânica entre os anos de 2002 e 2013. Como instrutor, ministrou treinamentos no Senai/Ctgás em Natal/RN, formou turmas próprias e trabalhou por 4 anos no Centec Cursos. Há 5 anos desenvolve a Carro & Técnica Treinamentos Automotivos, onde oferece treinamentos desde o básico (Curso IDEA) ao avançado (Diagnóstico da Rede de Comunicação, Diagnóstico com Transdutores, Osciloscópio Automotivo, etc) nas versões presencial e EAD/On Line.
http://www.carroetecnica.com.br

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